A garganta
nas horas, em pleno ar
temos dragões em nosso estômago
duas mil noivas para um único cadáver
sopra o dia
sopradia
dia sopre
sobias
dia
dia
dia
enlatado o sol desembarca nas mãos de pequenas crianças, minha agulha atravessa a parede dura da luz, encanta, solida lisa superfície, somos, somos, quem escuta não fala, quem fala vive, apaguem o dia, então assopra, assopra.
sopra o dia
sopretudo
sobia
dia
{em construção}
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Mania de tudo
Eu tenho mania de tudo, sou completamente avesso ao limite das coisas. Ora quero ser um, ora outro, ora nada, ora tudo. Sou na verdade uma completa indecisão, de todos os caminhos, todos são o mais interessante, de tudo que busco sempre algo está na frente. Mesmo não sendo o que era há meia-hora atrás.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
findo inicio
Bem, faz tempo q ue não posto aqui, também nem tinha mais um porquê depois de um tempo. Eu simplesmente achava desinteressante falar só de mim, não mostrar nada novo, nenhum escrito, nenhuma poesia, nenhuma letra de musica, desenhos até...
mas quero manter isso aqui mais literário e menos meloso possível, estou voltando a escrever, aos poucos, me envolvendo com pessoas jovens de novo, tentando montar um banda e planejando um norte (ou nortes) pra minha vida.por mais q de tudo errado de novo, ninguém vai poder dizer que eu menti, ignorei, me omiti.
agora é trampar, planejar, intuir e criar: minha grande obssessão
mas quero manter isso aqui mais literário e menos meloso possível, estou voltando a escrever, aos poucos, me envolvendo com pessoas jovens de novo, tentando montar um banda e planejando um norte (ou nortes) pra minha vida.por mais q de tudo errado de novo, ninguém vai poder dizer que eu menti, ignorei, me omiti.
agora é trampar, planejar, intuir e criar: minha grande obssessão
quarta-feira, 25 de março de 2009
cafarnaum
nas ruas que me calam
eu abraço o que restou da noite
espero você dizer
que está pronta pra se divertir
porque não fui o único a deixar
tudo se esvair, tudo acabar
não cale a minha verdade
que você ousa em sorrir
pois quando as ruas silenciam
eu tomo os seus pulmões
eu roubo o ar que me foge
que você me fez sentir
{que não preciso mais do sol
nas ruas que me salvam
eu cruzo com você e com o que sobrou de mim
as heresias não marcam
os corações que se negam
e os cegos choram mesmo assim
pode ser fácil só achar
que o peso te afaga
ou que a leveza é cara demais
e o que resta pra você
é que teu fardo me diz
é dizer como quem sabe demais
{que não preciso mais do sol
eu abraço o que restou da noite
espero você dizer
que está pronta pra se divertir
porque não fui o único a deixar
tudo se esvair, tudo acabar
não cale a minha verdade
que você ousa em sorrir
pois quando as ruas silenciam
eu tomo os seus pulmões
eu roubo o ar que me foge
que você me fez sentir
{que não preciso mais do sol
nas ruas que me salvam
eu cruzo com você e com o que sobrou de mim
as heresias não marcam
os corações que se negam
e os cegos choram mesmo assim
pode ser fácil só achar
que o peso te afaga
ou que a leveza é cara demais
e o que resta pra você
é que teu fardo me diz
é dizer como quem sabe demais
{que não preciso mais do sol
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
o resto
eu sou o resto de mim
apenas o que sobrou
de um eu um tanto quanto remoto
sou apenas isso
um rastro, um resfim
um outro absorto, confuso, contorto
não quero ser demasiado resto, só por restar
em mim, eu sou apenas ausência
estado de espírito espúrio
o último gole do absinto
o primeiro olhar correspondido da noite
quando tudo termina
é aí que eu me resto
apenas o que sobrou
de um eu um tanto quanto remoto
sou apenas isso
um rastro, um resfim
um outro absorto, confuso, contorto
não quero ser demasiado resto, só por restar
em mim, eu sou apenas ausência
estado de espírito espúrio
o último gole do absinto
o primeiro olhar correspondido da noite
quando tudo termina
é aí que eu me resto
sábado, 15 de novembro de 2008
artifício (letra para Irênita e o Catavento)
não é você que eu respiro
no ar que transpira dos nós que as ruas dão
meu meio abrigo, sou sou esconderijo
catar meias palavras pelo chão
caídas da boca de alquém
é o que se perde em cada espelho
um caco seu para atirar em mim
o primata vê, o primata pede
e tem alguma escolha sem fim
ainda te vejo assim também
seu artifício não é o que eu acho difícil
09/06/08
no ar que transpira dos nós que as ruas dão
meu meio abrigo, sou sou esconderijo
catar meias palavras pelo chão
caídas da boca de alquém
é o que se perde em cada espelho
um caco seu para atirar em mim
o primata vê, o primata pede
e tem alguma escolha sem fim
ainda te vejo assim também
seu artifício não é o que eu acho difícil
09/06/08
pequena indomável (letra para Irênita e o Catavento)
eu não vou sorrir
o que você quer me dizer
e não venha me dizer
que vou sorrir sem entender
seus olhos quardam minha explosão
os olhos que quardam minha atenção
seus olhos quardam minha explosão
os olhos que quardam minha atenção
eu vou te guardar
{dentro de mim
meu sono em paz
longe de você
o que você quer me dizer
e não venha me dizer
que vou sorrir sem entender
seus olhos quardam minha explosão
os olhos que quardam minha atenção
seus olhos quardam minha explosão
os olhos que quardam minha atenção
eu vou te guardar
{dentro de mim
meu sono em paz
longe de você
anita (letra para Irênita e o Catavento)
existem mil formas de me fazer feliz
e você, meu bem, não sabe nenhuma
existem mil formas de me deizar mal
e você, meu bem, invento mais uma
chego a pensar que sou um tolo
quando vejo cães sem plumas
ainda que perto de suas mãos
o céus me atire atire entre suas unhas
quando eu entrar na sua sala
( )
eu não sei
eu não sei
new wave no rádio
aos seus pés
onde quizer
02/10/08
e você, meu bem, não sabe nenhuma
existem mil formas de me deizar mal
e você, meu bem, invento mais uma
chego a pensar que sou um tolo
quando vejo cães sem plumas
ainda que perto de suas mãos
o céus me atire atire entre suas unhas
quando eu entrar na sua sala
( )
eu não sei
eu não sei
new wave no rádio
aos seus pés
onde quizer
02/10/08
sem título (letra para Irênita e o Catavento)
eu sei quando é hora de voltar
eu sei quando é hora de partir
eu sei quando é hora de chegar
e o seu rosto não vai me afogar
a estarda espera e estou de pé
para cobrir as suas pegadas
enterre o sol onde quizer
plantarei chuva
minha hora de partir
é a mesma em que você acorda
e ter nos seus olhos meu reflexo
é tudo que não quero
quando terminar
em corações abertos eu não vejo pasto de alegria
07/10/08
eu sei quando é hora de partir
eu sei quando é hora de chegar
e o seu rosto não vai me afogar
a estarda espera e estou de pé
para cobrir as suas pegadas
enterre o sol onde quizer
plantarei chuva
minha hora de partir
é a mesma em que você acorda
e ter nos seus olhos meu reflexo
é tudo que não quero
quando terminar
em corações abertos eu não vejo pasto de alegria
07/10/08
murmúrio (letra para Irênita e o Catavento)
toda felicidade quer eternidade
e eu não tenho culpa irmão
de não servir na sua cidade
então não me chame mais
não
não
não
não
não
e eu não tenho culpa irmão
de não servir na sua cidade
então não me chame mais
não
não
não
não
não
vermelho (letra para Irênita e o Catavento)
me contou um pouco tarde
que o que fiz não era bom
e me mostrou no fim da tarde
todo seu sorriso neon
ela descostura a noite
sorri leve e vê que sonhou em vão
que foi longo
leve
indolor
sem cor
com seus fiapos de noite disperdiçou a maquiagem
e não se importou com as rugas da verdade
seu corpo arde e
foi no bolso que guardou
um sorriso ensaiado, amarelo
26/04/08
que o que fiz não era bom
e me mostrou no fim da tarde
todo seu sorriso neon
ela descostura a noite
sorri leve e vê que sonhou em vão
que foi longo
leve
indolor
sem cor
com seus fiapos de noite disperdiçou a maquiagem
e não se importou com as rugas da verdade
seu corpo arde e
foi no bolso que guardou
um sorriso ensaiado, amarelo
26/04/08
o topo
nas vias do seu cotorno
meio de dia em fezinhando de
disticos
a minha vista
o truque que me convertia
calou-se dentro
o dentro que não existe
o dentro que confundia e
trazia
a dor de um albatroz caido
era só
só era
eu calei e não me arrependo
não mais a trama indescente
incoerente
meu nomes vertidos em
uma navalha
destruído o tempo
destruído o interior
eu me enveneno com palavras
planejo o futuro e mastigo o passado entre cristais de vrido e orgãos espalhados pelo chão
o cão mija no caos
viu?
não tema
entenda
interior é
farsa
você pode
eu pude
meio de dia em fezinhando de
disticos
a minha vista
o truque que me convertia
calou-se dentro
o dentro que não existe
o dentro que confundia e
trazia
a dor de um albatroz caido
era só
só era
eu calei e não me arrependo
não mais a trama indescente
incoerente
meu nomes vertidos em
uma navalha
destruído o tempo
destruído o interior
eu me enveneno com palavras
planejo o futuro e mastigo o passado entre cristais de vrido e orgãos espalhados pelo chão
o cão mija no caos
viu?
não tema
entenda
interior é
farsa
você pode
eu pude
terça-feira, 2 de setembro de 2008
obrigado
eu vejo as piscinas de luz
no meio da sua barriga
contente
entre pálidas mariposas e
ratos,
cato o breve instante
em que você me deu
o amargo gosto
em que você me deu o amargo
oposto
no rosto do inimigo
pintadode verde
no meio da sua barriga
contente
entre pálidas mariposas e
ratos,
cato o breve instante
em que você me deu
o amargo gosto
em que você me deu o amargo
oposto
no rosto do inimigo
pintadode verde
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Geração?
"I'm a designer" Queens Of Stone Age
"o sol se põe, de baixo do tapete, um tesouro" VANGUART
O que quer uma geração? O que é uma geração? Bem, eu não sou o único que não sabe a resposta, longe de uma análise antropológica, nem o último a fazer essa pergunta. Estava ouvindo, dentro da última noite, um cd "épico" o tal do nevermind da tal do Nirvana. Fiquei um tanto desapontado por aquelas músicas não mais me tocarem como tocavam quando eu tinha 16 ou 17 anos, pior, estava mesmo era mergulhado numa paisagem vermelha de "A Maçã no Escuro". Essa quase indiferença me suscitou discutir esse assunto, ou pelo menos tentar me jogar nele.
Primeiro, nos idos dos 90 havia algo a ser destruído, como uma remanescência das prévias destruições dos anos 60, mas com uma energia menos contida e, talvez, por influência de novas mídias, mais rápida, violenta e até mesmo sexual. Não falo só do grunge, mas de tudo desse período. Numa sociedade em que a liberdade sexual e a livre expressão já haviam sido mais que concretizadas, havia algo a ser dito, no caso gritado. Algo que se confundia com a revolta contra toda a "máquina" e aquele desconforto de se perceber enquanto parte única num mundo nem tão corrreto assim.
Na verdade não vejo nenhum paradoxo na atual Sub-cultura, com seu Strokes chatíssimo e as ondazinhas que veem e vão, vide folk, neo-folk, indie, estamos como na propaganda de celular. Com menos, muito menos. Esse muito menos sai caro. Conquanto nossa geração esteja mais consciente de que música e essas rebeldias empacotadas não mudam muita coisa, não há nada e novo, nem mesmo a fúria, a ira contra a máquina. Afinal, consciente que somos, sabemos que a máquina responde de uma só forma à resistência, se fortalece.
Mas então por que continuar ouvindo roque em rôu? Por que boicotar programas ruins na tv? Por que ainda ir em busca de um bom livro ou um bom filme? Por hedonismo ou por ter no olhar a certeza que tem os condenados ante seu fim, viva enquanto está vivo?em minha opnião a fúria deu lugar a sutileza, não haverá mais um Jeff Buckley, mas gigantescas massas vomitando música visceral e cativante. Já está ocorrendo, você não precisa ser um bom cantor pra cantar, você não precisa de aulas de guitarra ou pintura, vivemos no mundo pós-do-it-your-self. E isso é maravilhoso e assustador.
Pensar em qual a missão dessa nossa geração ou em como vamos ser dissolvidos no mass media pode te custar alguns neurônios e alguma terapia. Mas com certeza só sua conciência vai te dar autoridade contra o mundo, ou a favor do que você faça, seja pintura, escrita ou som.Pensar nisso tudo levou um monte a loucura, e nós, meus caros, não vamos nada bem.
terça-feira, 22 de julho de 2008
Água, muita água
De onde vem toda essa minha sêde? bem, pode ser do tempo em que eu vivia ressacas homéricas ou de quando eu tinha minha gastrite furiosamente contra mim. Mas de qualquer forma ainda tenho sêde como se houvesse atravessado meio deserto. Ou não.
Cat Power e o gelado centro de processamento de dados (do qual pouco entendo) me deixam menos poético do que eu pensaria poder ser em um lugar frio, sabe, essas megalomanias européias. Poesia não se escreve no frio, nem no calor, nem mesmo se escreve. Ela suspira no fundo do escuro dos cães que lad(c)ram dentro do sonho, escrever é só o ato de "carimbar" pra fora.
Hoje sonhei com um cão sem cabeça, que no lugar tinha um prolongamento feito o corpo de um verme curto. Na verdade não era um cão, era uma loba e ela era de ouro e tentava me "devorar".
segunda-feira, 21 de julho de 2008
para os mudos e os medos
enquanto eu devorava luas em teu colo
era um anel de fogo sob nossas cabeças
eu nem mais pensava, nem sabia que era eu,
no alto de uma árvore torta na minha alma
um galináceo exauria sua vida num último canto rouco e louco
estávamos bem perto da moste e você me deu um beijo de agradecimento,
caímos meia noite e outra noite passamos voando em meio vento
meu deus corroeu sua alma e
a minha escorreu por
{teu lamento
era um anel de fogo sob nossas cabeças
eu nem mais pensava, nem sabia que era eu,
no alto de uma árvore torta na minha alma
um galináceo exauria sua vida num último canto rouco e louco
estávamos bem perto da moste e você me deu um beijo de agradecimento,
caímos meia noite e outra noite passamos voando em meio vento
meu deus corroeu sua alma e
a minha escorreu por
{teu lamento
sexta-feira, 18 de julho de 2008
dead end
numa manhã em que acordei leve de um sonho tolo, era você nele. me conduziu ao erro e me fez rastejar, era você e eu não consigo apagar essa memória da minha cabeça ôca.
Eu era só um aprendiz destrinchando frases de cicatrizes e você tão forte e altiva só me apontou meu pequeno e ignorado erro.
minha bela dúvida
eu sou o arquiteto do nosso desespero
foi quando passaste e me ignorando pisou com seus olhos castanhos e
{certamente
queria que me igualasse a você
em sua
divina
prostituição.
da explosão dentro do meu peito
sobrou sua comiserada algema
me indagando
me arranhando
e lacerando minha carne dura como um pôr-de-sol.
para selar minha bôca grossa você atirou:
-Vá, vá embora, você não mostrou que me queria o bastante.
desconcertante arma essa sua fuga
{cravada em mim do tempo que eu era ainda tecedor de palavras e leitos.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Rec(es)pTáculo
me vem no dia mais sujo da minha cara imunda
eu não fumo cigarros
não tenho brincos
não sou popular
nunca inventei joguetes ou tendência alguma
de fato, talvez, minha existência nem tenha muita importância
"Hoje é terça-feira"- ressoa o meu personal computer, algumas vezes eu não me entendo,
outras sou um completo mistério de mim mesmo. no meio disso eu invento acesumes para minha
escuridão particular.
Foi isso que pensei, quando não mais rangia dentes, nem dormia de luzes acesas e uma puta sagrada cruzou meu caminho. Parecíamos velhos amigos e contávamos histórias que não contávamos a quase ninguém.
Mas você não sabe, eu não sou tão legal, não tenho muito, nem pouco. Saiba, eu simplesmente não era tão legal quanto era preciso, ou, não há apego em palavras, mas nas suas roupas, no seu cigarro legalzinho, seus probleminhas modernozos.
furtuito.
estou imundo como os olhos vendados e ainda não tenho mais o que pensar sobre o meu futuro, agora tenho quem o faça.
e meus dentes rangem de novo, e durmo sem perceber que a luz ficou acesa
de repente é manhã e tenho de ir pro trabalho.
eu não fumo cigarros
não tenho brincos
não sou popular
nunca inventei joguetes ou tendência alguma
de fato, talvez, minha existência nem tenha muita importância
"Hoje é terça-feira"- ressoa o meu personal computer, algumas vezes eu não me entendo,
outras sou um completo mistério de mim mesmo. no meio disso eu invento acesumes para minha
escuridão particular.
Foi isso que pensei, quando não mais rangia dentes, nem dormia de luzes acesas e uma puta sagrada cruzou meu caminho. Parecíamos velhos amigos e contávamos histórias que não contávamos a quase ninguém.
Mas você não sabe, eu não sou tão legal, não tenho muito, nem pouco. Saiba, eu simplesmente não era tão legal quanto era preciso, ou, não há apego em palavras, mas nas suas roupas, no seu cigarro legalzinho, seus probleminhas modernozos.
furtuito.
estou imundo como os olhos vendados e ainda não tenho mais o que pensar sobre o meu futuro, agora tenho quem o faça.
e meus dentes rangem de novo, e durmo sem perceber que a luz ficou acesa
de repente é manhã e tenho de ir pro trabalho.
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